Vivemos numa eterna construção

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Quando a vida adulta chega, mas a vida adulta mesmo, tipo: morar só ou casar, constituir família, pagar boletos, sentir o peso dos impostos, resgatar comprovantes para abater no imposto de renda; a gente realmente sente o peso de precisar se equilibrar.

As sensações, preocupações que eu sinto hoje, por vezes, imagino o quanto meus pais sentiram. O medo de não dar conta. E eu olho pra Bruninha criança, e não percebo em que momento isso acontecia. Talvez quando a gente dormia. Ou aquela briga que a gente presenciava e não entendia bem o que tava acontecendo.

A gente vive numa eterna construção. É muita ilusão a gente idealizar uma vida resolvida under 30, tipo da Forbes rsrsrs… por que, mesmo que pareça, a gente vai estar nessa eterna construção. A gente passa a vida se construindo, se desfazendo, se renascendo. E aceitar isso, pode facilitar tanta coisa.

Quando a gente entende que nada é para sempre, que a vida pode nos colocar de cabeça para baixo, nos jogar para outros lugares, nos surpreender, nos arrasar, a gente passa com, não diria leveza, mas com a certeza de que já já a tapioca vira.

Não há mal que não venha para um bem. E não há bem que perdure por tanto tempo. A gente tá sempre precisando decidir alguma coisa, organizar outra. E isso inclui pessoas, trabalho, a gente mesmo. É interessante que essas coisas aconteçam e a gente possa ter intencionalidade em nossas escolhas.

As vezes, vai parecer que estamos sem saída. Mas, se pensarmos na lógica dessa dinamicidade da vida, sempre vai ter. Mesmo que não seja a que a gente queria ir.

E a gente vai precisar passar por várias portas que a gente não queria entrar. Vai precisar desapegar de caminhos que a gente idealizou. Por que a vida é isso, uma eterna construção.

Entender ou aceitar (achando bom ou não) que a vida é assim, facilita quando a gente se perceber em encruzilhadas. Olharemos e pensaremos “é o melhor que eu tenho pra hoje”. E isso não quer dizer que não sentiremos raiva, medo, angústia, ódio, mas é o famoso “é o que temos para hoje”. Aceitar muda a gente. E é por isso que estamos sempre em construção.

Estar sempre em construção é bom, se você parar pra pensar. Por que você pode se dar a liberdade de mudar quando tiver de mudar ou quiser mudar, sem o peso do “você não era assim”. Não era messmo, kirida. Nem vou ser amanhã. Por que eu estou em eterna construção. E que bom.

Meu eu de hoje, não é o mesmo de 10 anos atrás, que não é o mesmo de 05 anos atrás, que não é o mesmo de 20, de ontem, e nem vai ser o mesmo de amanhã, e assim por diante. Dar abertura pra isso pode te libertar de tanta coisa inútil, principalmente, o julgamento das pessoas, que em determinados momentos da nossa vida pesa tanto.

Eu espero que, um dia, a gente possa, em coletividade, perceber com clareza e acolhimento essa eterna construção. Talvez, a gente se cobre menos, julgue menos, se preocupe menos. Poder nos dar o privilégio de sentir o aqui e agora, que como o nome já diz, é um presente.

As vezes, a gente pensa demais e sente de menos. Sentir é bom. Vai por mim!

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